TCC 2015

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terça-feira, 25 de maio de 2010

UM CAMINHO PARA A FELICIDADE




Por Oriana Faé Grangel, Terapeuta Cognitiva, Esp. TC.

De acordo com as contribuições da Psicologia Positiva, que enfoca a saúde mental e não a psicopatologia, é necessário diferenciar felicidade momentânea de “nível duradouro de felicidade”.

A felicidade momentânea pode ser facilmente conquistada através de uma série de artifícios, como chocolate, um bom filme ou uma roupa nova. Já o “nível duradouro de felicidade” representa um estado geral de satisfação com a vida.

Pesquisas revelam a alta incidência de depressão nos últimos 50 anos. Hoje a doença é mais frequente e inicia mais cedo, comparando-se as taxas até 1960. Paradoxalmente, os indicadores objetivos de bem-estar aumentaram, como poder de compra e nível de instrução. Como isso se explica?

Constata-se, atualmente, a busca excessiva de prazeres imediatos - hedonismo, em termos filosóficos - como se fossem “atalhos” para a felicidade através de prazeres fáceis: televisão, internet, compras, drogas, entre outros, característica marcante da sociedade contemporânea.

Essa busca excessiva da felicidade momentânea não exige o uso de forças pessoais, que são capacidades pré-existentes, e nem apresenta desafios, aspecto esse visível, por exemplo, no fato de optar por assistir à televisão em vez de ler um bom livro à noite. Na primeira opção, o prazer é imediato. E na segunda opção, os ganhos são maiores e mais perenes.

Entretanto, o hábito de escolher atividades com foco apenas no prazer imediato em detrimento de atividades que gostamos de fazer predispõe a depressão. O ser humano se adapta rapidamente aos prazeres, buscando logo algo ainda melhor para se sentir novamente “feliz".

Uma característica do deprimido é que seu foco está em si mesmo. Quando percebe um sinal de tristeza, “rumina” o sentimento, projetando para o futuro e ampliando para todas as atividades, desencadeando, consequentemente, mais tristeza.

Os prazeres estão ligados às sensações físicas e às emoções. Já as gratificações são atividades as quais se gosta de fazer e estão relacionadas à representação de forças e virtudes pessoais. Além disso, quando se engaja em uma determinada atividade e que esteja em harmonia com um propósito maior, um significado, o indivíduo se absorve completamente em um estado em que o tempo parece parar, como nas seguintes práticas: dançar, ler, conversar e fazer trabalho voluntário.

Ademais, as gratificações diminuem a preocupação consigo mesmo, porque vão muito além e geram bem-estar, prevenindo a depressão.

Finalmente, o equilíbrio entre prazer (responsável) e gratificação aumenta o “nível de satisfação com a vida”. A escolha por situações que fazem a vida valer a pena é um caminho para a felicidade.

Um comentário:

  1. Olá amigos, amei o texto... quanta reflexão possibilita! Pequenos prazeres, pequenas gratificações, com certeza, fazem toda a diferença no caminho para a felicidade.
    São momentos de felicidade, que esquecemos de focar o positivo...e lembramos apenas de focar o negativo. Precisamos lembrar-nos e lembrar nossos pacientes, deste enfoque, deste olhar.
    Prazeres e gratificações: gostei muito das definições e concordo. Com certeza, este "olhar" para as pequenas coisas prazerosas e gratificantes, apontam para um caminho preventivo para a depressão.

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