TCC 2015

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sábado, 27 de março de 2010

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O filme AS HORAS fala da relação entre desesperança e suicídio.

Sinopse: Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.

Colaboração: Augusto Volpi Barreto, Psq. e TC.

Um comentário:

  1. Estamos no meio de uma epidemia de depressão cujas conseqüências, por força do suicídio, roubam mais vidas do que a AIDS. Os índices de depressão aguda são 10 vezes maiores atualmente do que há 50 anos. Atinge as mulheres duas vezes mais do que os homens, e agora se manifesta na vida das pessoas 10 anos mais cedo que uma geração atrás.
    Segundo dados da OMS, 900.000 pessoas cometeram o suicídio em 2003, o que equivale a uma morte a cada 35 segundos. O número de tentativas de suicídio supera em 10 vezes o número de suicídios consumados.
    O suicídio envolve questões socioculturais, genéticas, psicológicas, filosófico-existenciais e ambientais, mas na quase totalidade dos casos o transtorno mental é um fator vulnerabilizador que necessita estar presente para que culmine no suicídio do indivíduo, quando somado a outros fatores.
    Mais de 80% das pessoas que cometem suicídio apresentam algum transtorno afetivo (depressão, transtorno bipolar, distimia), sendo que outras doenças mentais como esquizofrenia, dependência de álcool e drogas e transtornos de personalidade, principalmente o TP Borderline, também apresentem uma correlação importante com o suicídio.
    A taxa global de suicídio no Brasil cresceu 23% nos últimos 20 anos, sendo que o grupo entre 15 a 34 anos foi o que apresentou maior crescimento (1.900%), um dado alarmante que merece atenção especial da sociedade como um todo.
    Algumas diretrizes da OMS para a prevenção do suicídio:
    • Identificar e reduzir a disponibilidade e o acesso aos meios para se cometer suicídio (ex. armas de fogo, medicamentos);
    • Melhorar os serviços de atenção à saúde, reforçar o apoio social e promover a reabilitação de pessoas com comportamento suicida;
    • Melhorar os procedimentos diagnósticos e subseqüente tratamento dos transtornos mentais;
    • Aumentar a atenção dirigida a profissionais de saúde em relação a suas atitudes e tabus em relação à prevenção do suicídio e às doenças mentais;
    • Aumentar o conhecimento, por meio da educação pública, sobre doença mental e o seu reconhecimento precoce;
    • Auxiliar a mídia a noticiar apropriadamente suicídios e tentativas de suicídio;
    • Incentivar a pesquisa na área da prevenção do suicídio, encorajar a coleta de dados das causas de suicídio e evitar a duplicação dos registros estatísticos;
    • Prover treinamento para indivíduos e profissionais que se encontram na linha de frente e que entram primeiro em contato com indivíduos sob risco de suicídio.
    A desesperança pode se desenvolver e levar a um comportamento suicida manifesto (“Como um pensamento pequeno é suficiente para encher a vida de alguém!” - Ludwig Wittgenstein).
    Comportamentos suicidas podem apresentar-se disfarçadamente: decisões súbitas de, por exemplo, preparar um testamento; afirmações que denotam desesperança, como “minha vida não vai melhorar”; idéias de que “os outros estariam melhor com minha morte” ou “sou um fracasso para todos”, “desapontei a todos”, etc.
    Embora a grande maioria dos suicidas sejam deprimidos, já foi demonstrado que a desesperança é o fator nuclear do risco para suicídio. Portanto, a avaliação objetiva do risco de suicídio em pacientes que buscam ou são encaminhados para um tratamento psiquiátrico ou psicoterápico deve obrigatoriamente passar por uma avaliação do grau de desesperança.
    Quando a preocupação a respeito de um risco de suicídio ocorrer em relação a uma pessoa, esta deve ser encaminhada a uma avaliação psiquiátrica, em emergências de hospitais que trabalhem com psiquiatria, para que se possa avaliar adequadamente o risco e oferecer um tratamento adequado.
    Quando alguém estiver pensando em cometer suicídio é importante comunicar essa idéia para que outros possam ajudá-lo, pois quem está se sentindo tão mal a ponto de pensar que a morte é sua única saída, com certeza está precisando de ajuda.

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